Começámos uma
nova semana num veículo de emoções: Enérgico e intenso. Semana após semana as
nossas expectativas são inúmeras, desde o momento em que decidimos viver esta
aventura que ela tem sido um tornado de sentimentos. Entrámos num novo “mundo”,
este que nos tem proporcionado momentos que dificilmente iremos esquecer.
Começámos a adquirir novos hábitos, novas rotinas, novos amigos, novas experiências
assim como novos conhecimentos fundamentais para a vida pessoal e profissional
futura.
A
segunda-feira apresentou-se para Fred, Ana e a Mipa com um nervoso miudinho
pois foi o primeiro dia que estes tiveram contacto directo com o local de
estágio. Começaram pelo “Equipo Medio Abierto”, a recepção, como já é habitual
aqui em Ceuta, foi calorosa. Conhecemos
toda a equipa bem como as instalações onde exercem o seu trabalho de Educadores
Sociais. A realidade da delinquência e exclusão social é dura e cada vez mais
evidente e é aqui que entra o trabalho incansável, de resposta às carências dos
menores, por parte desta equipa.
Para a Marta e para a Vanessa, esta foi mais uma semana de enriquecimento cultural. Na área de alfabetização e alfabetização digital continuaram a conhecer todos os métodos de ensino e a trocar experiências com as mulheres muçulmanas, com quem têm aprendido bastante sobre a sua cultura, inclusivamente, fizeram um vídeo sobre como fazer a dobra do “pañuelo” de duas formas distintas, para isso contaram com a ajuda de duas muçulmanas, Fátima e Malika, duas senhoras muçulmanas com quem têm vindo a conviver.
constatámos uma realidade “um pouco escondida”, e ouvimos histórias de
vida que nos fizeram pensar que os nossos problemas são meros contratempos.
“Centro Integral EQUAL”, este é um centro que foi projectado
para o combate da exclusão social e laboral. Nele existe uma equipa
multidisciplinar que tem como objectivo preparar os alunos para a sua
integração, desde psicólogas a pedagogas, dando-se primordial importância à aprendizagem
do castelhano e outros tipos de formação, indo estas de encontro às
necessidades das pessoas.
Pela tarde, o bando esteve por casa a recargar baterias para o resto da semana que se avizinhava.
Pela tarde, o bando esteve por casa a recargar baterias para o resto da semana que se avizinhava.
Com o
despertar de quinta-feira, Marta e Vanessa seguiram para o se estágio, onde tiveram oportunidade de fazer uma entrevista a
Manolo, um homem de 77 anos reformado de mecânica que nunca tinha mexido num
computador, ainda mais quando a parte
electrónica sempre o fascinou. Neste momento, está na fase intermédia e a cada
dia que passa o seu desenvolvimento é
notório. Todo este progresso se deve ao profissional/ formador António e, ainda
a este Senhor com “ganas” de aprender.
Enquanto isso, Fred, Ana e Mipa foram conhecer a “Escuela de la Construcción” que visa promover a empregabilidade proporcionando uma formação voltada para o ramo da construção civil. Esta tem uma distinção hierárquica muito forte onde pudemos constatar que os alunos não têm acesso a mais nenhuma parte das instalações senão o piso correspondente à teoria e prática, tendo mesmo que efectuar a entrada pelas traseiras (tratamento especial não?).
Chegou a tarde e com ela o curso de Daríya, cuja aprendizagem e pronunciação é no mínimo divertida, para que tenham uma noção basta que coloquem uma batata quente na boca e tentem falar. Que tal? Estanho não? A pronuncia é difícil, as palavras soo-nos estranhas, mas tem sido um conhecimento essencial na nossa estadia.
Aprendemos a
saudar as pessoas dizendo “salam u 3alaikum” ou qual a resposta deve ser “u
3alaikum salam”, entre inúmeras coisas, aprendemos o básico do dia-a-dia como:
“Be-slama” que é adeus, “es-bah el jer” que significa bom dia, “laila sa3ída”
que é boa noite, “em sal jer” que é como a nossa boa tarde e “shokran” que
significa obrigado.
Com a aula terminada, o grupo regressou a casa para o merecido descanso, esta semana foi um verdadeiro tornado carregado de novos conhecimentos.
O
fim-de-semana estava prestes a bater a porta, mas antes Fred, Mipa e Ana
começaram a conhecer casos práticos de delitos cometidos e medidas aplicadas.
Mais uma vez foi indescritível toda aquela informação pois não tínhamos bem a
noção de que um menor de 15 anos possa ter já tantos anos de delinquência. Com
os casos práticos analisados, seguiram para o “juzgado”, aí conheceram as
instalações assim como o pessoal técnico e ainda tiveram a oportunidade de
assistir a uma intimidação de uma criança de 15 anos.
No âmbito do seu estágio curricular, Marta e Vanessa juntamente com outros estudante Erasmus, Cesár e Santigo tiveram a oportunidade de conhecer a Fundação Crisol, de Culturas 2015 presidida pelo Comissário Jesús Fortes Ramos. Este encontro teve como tema, os Erasmus na cidade de Ceuta e o facto de sermos os primeiros portugueses aqui na cidade de Erasmus. Para começar estes, tiveram uma breve contextualização sobre a criação da fundação, onde foram reforçadas essencialmente as ligações existentes entre Portugal e Ceuta onde foi mencionada a seguinte expressão: “Ceuta, no es donde termina España. Aquí es donde Europa comienza.”
No âmbito do seu estágio curricular, Marta e Vanessa juntamente com outros estudante Erasmus, Cesár e Santigo tiveram a oportunidade de conhecer a Fundação Crisol, de Culturas 2015 presidida pelo Comissário Jesús Fortes Ramos. Este encontro teve como tema, os Erasmus na cidade de Ceuta e o facto de sermos os primeiros portugueses aqui na cidade de Erasmus. Para começar estes, tiveram uma breve contextualização sobre a criação da fundação, onde foram reforçadas essencialmente as ligações existentes entre Portugal e Ceuta onde foi mencionada a seguinte expressão: “Ceuta, no es donde termina España. Aquí es donde Europa comienza.”
Seguiu-se uma conferência de imprensa, onde estas duas jovens portuguesas tiveram oportunidade de dar o seu parecer acerca de Ceuta e da sua ligação com Portugal.
Ver reportagem: http://www.elpueblodeceuta.es/videos/V_2011/003975.swf
Fred, Ana e Mipa ao final do seu estágio puderem juntar-se aos seus colegas onde foram encaminhados para uma sala para visualizar um vídeo sobre Ceuta e a sua história.
De seguida fomos convidados a entrar num autocarro para assim participarmos numa visita guiada aos pontos extremos de Ceuta onde a perspectiva se faz segundo uma panorâmica fantástica de toda a cidade (paragem no Mirador de Mirador Santa Isabel II e no Mirador S. António). Tivemos ainda o privilégio de observar a famosa montanha da “mujer muerta”. Resume-se assim a manhã como extremamente agradável e com um enriquecimento cultural elevado.
Mais um dia
do curso de Daríya pela frente em que Vanessa, Marta e a
Ana foram mais cedo enquanto a Mipa e o Fred foram buscar os passes de
autocarro. E perguntam vocês: “O que é que isto tem de interessante?” Pois bem,
o “melhor” veio a seguir quando estes presenciaram o primeiro choque cultural desde
a sua estadia na cidade, uma
cena de pancadaria entre duas senhoras, uma das quais tinha o conhecido “pañuelo”. Foi no mínimo assustadora toda aquela situação pois todo o autocarro estava aos gritos, a tentar
separar ambas de todo aquele aparato.
Para terminar
esta tão produtiva semana nada melhor que
um “recargar de baterias”, para tal, o grupo aceitou o convite de Jesus e
Raquel para uma acampada na praia com direito a churrasco. Já na praia,
conhecemos Pablo, Davi, Juanjin e Cristina, e tal como Raquel e Jesus são todos extremamente
simpáticos.
Um serão em que estávamos apenas 10 pessoas, uma cadela, uma fogueira, o mar e as estrelas e a isto juntou-se o convívio, a troca de experiências, as gargalhadas, os jogos e boa música. Foi sem dúvida um dos momentos mais “zen” que o grupo teve até agora.
Um serão em que estávamos apenas 10 pessoas, uma cadela, uma fogueira, o mar e as estrelas e a isto juntou-se o convívio, a troca de experiências, as gargalhadas, os jogos e boa música. Foi sem dúvida um dos momentos mais “zen” que o grupo teve até agora.
No sábado,
como já é habitual, houve o tradicional jantar/convívio mas desta vez com um
convidado: o Pablo (que conhecemos na acampada). Marta brindou-nos com um banquete
delicioso. Um patê para entrada, uma sala russa com panados para o jantar e por
fim uma mousse de lima. No fim deste, permanecemos na sala num ambiente de
amena cavaqueira, onde Pablo nós ensinou imensas coisas sobre a cultura
muçulmana e sobre Marrocos.
O domingo e o descanso chegaram juntos, e a tarde serviu para o habitual descanso comunitário mas com a diferença que terminámos o dia numa esplanada com o Filipe, o missionário português que conhecemos nas jornadas. Foi bastante prazeroso podermos conviver com uma pessoa portuguesa e ainda para mais sendo este um homem tão vivido e com tantos conhecimentos.
E pronto
caros visitantes assim foi mais um reboliço de emoções e vivências.Esperem
pela próxima semana que de certo trará novas experiências...
Sem comentários:
Enviar um comentário