segunda-feira, 21 de maio de 2012

Semana 13 (07-05-2012 a 13-05-2012) – De mochilas às costas


A décima terceira semana chega com uma “mochila às costas”. Esta carrega o nosso ultimo mês, umas quantas novas aventuras e algumas novidades.


É estranha a sensação de saber que em breve vamos partir, pois começamos a estar ambientados a terras africanas e por muito que queiramos ir para o “nosso refúgio” e tenhamos saudades dos nossos, começa também a vontade de querer ficar um pouco mais nesta tão intensa aventura. Começámos por gostar de espaços, que antes nos eram estranhos e a chama-los de conhecidos. Começam a crescer amizades, cumplicidades e a ter lugares, cantos e memórias a que chamamos nossos. Com isto “tatuamos” destinos e recordações à medida que se aproxima o fim do “Senhor” Erasmus.

“Oh sol, finalmente chegaste com o teu calor”, tanto desejámos poder dizer isto que esta semana o pudemos gritar bem alto. Com o sol e o calor chegou uma nova semana de estágio para Fred, Mipa e Ana. 

Esta semana juntámos mais alguns quilómetros na caminhada do estágio. Neste percurso, o grupo continuou a trabalhar na tão importante “Memória de las práticas”. Esta é um produto final, não só destes últimos 3 meses de experiência laboral, de pesquisa bibliográfica e de reflexão em torno de tudo o que tivemos oportunidade de vivenciar no estágio, mas também é fruto de uma longa caminhada iniciada ainda em Portugal, enriquecida com experiência profissional. Para complementar ainda a memória, fizemos uma entrevista a alguns dos educadores sociais, com quem temos aprendido bastante, para compreender melhor quais as perspectivas que têm em relação ao trabalho que desenvolvem na área de menores.
Ainda nesta calcorreada, os 3 portugueses tiveram a oportunidade de acompanhar o “trabalho de rua”, e foram com Paco e Javi (educadores sociais da Área de Menores) a casa de um menor.



Ao longo da semana, como o apetite aperta pelas manhãs Fred, Mipa e Ana foram, juntamente com a equipa de trabalho, tomar o pequeno-almoço durante as pausas matinais. Nestes partilham-se experiências,  trocam-se informações, ensina-se um pouco de português e relaxa-se do trabalho. Destacamos esta semana um destes pequenos-almoços pois foi um pouco distinto dos habituais. António e Paco, que trabalham com os 3 portugueses e que são apresentadores do programa “Lo Nuestro” (programa onde já tivemos a oportunidade de participar), foram surpreendidos por duas fãs (com uma idade já avançada) que fizeram questão que todos os que ali se encontravam soubessem que viam sempre o programa e que nutriam um grande carinho por eles, tudo aquilo foi no mínimo animado e sem dúvida uma situação difícil de esquecer.





Por algumas tardes da semana, na companhia dos amigos Eramus Martina (Bulgária), Heini e Tutty (Finlândia) e de Godino, Pablo e Alberto (Ceuta), os 3 lusos aproveitaram os miminhos de sol e foram desfruir das praias de Ceuta. Temos a dizer que estas são fabulosas tirando o pormenor da presença desnecessária de medusas pela água quente do mediterrâneo.







Com o 9 de Junho a chegar o grupo reuniu-se novamente com a Fundação Crisol para ajustar alguns pormenores deste tão esperado evento. Acredito que a vossa curiosidade seja já alguma mas fica aqui prometido que logo logo “levantamos o véu” e revelamos o nosso projecto. 






A grande novidade para estes 5 lusitanos foi a tão esperada chegada da bolsa Erasmus. Sim, depois de uma luta constante de troca de e-mails e de estarmos quase a terminar a mobilidade, a bolsa apenas nos foi atribuída agora. Teria sido mais benéfico para nós ter recebido a bolsa no início da mobilidade, pois o facto de virmos para um país completamente diferente faz com que tenhamos diversas despesas para poder embarcar nesta aventura e tudo o que ela proporciona. Na verdade, se não fosse com o esforço dos nossos pais, há já algum tempo que teríamos regressado a Portugal, por isso, temos também com isto a dizer um MUITO OBRIGADA a eles por nos possibilitarem o viver desta experiência.




Como início do fim-de-semana, a sexta-feira apresentou-se com um jantar de amigos numa das famosas confraria das “Cruces de Mayo”. As “Cruces de Mayo” são como umas tasquinhas em salões improvisados onde se fazem umas deliciosas tapas entre outros petiscos com o intuito de as famílias das respectivas confrarias juntarem algum dinheiro para os festejos da semana santa do próximo ano.  O bando estreou-se nas andanças das “Cruces” na confraria dos pais da Isa (a tutora) , a verdade é que foi uma verdadeira animação, o convívio, o jantar, a experiência, tudo foi muito agradável e digno de recordar.  A festa continuou e ao “grupo do jantar” juntou-se Paco e António, que estavam a fazer uma reportagem para o programa “Lo Nuestro” e todos foram assistir a um concerto no “La Sala” onde se proporcionou uma noite memorável.





 







O Sábado começou com uma manhã de descanso seguida de uma ida ao “Museo del Revellin de San Ignacio” nas Muralhas Reais onde foram ver uma exposição de arte de Manuel Herrera e Francisca Muñoz. Uma exposição cheia de cor e de “vida” chamada “Muher”.





Chegou o Domingo e este depressa levou o Fred, a Mipa e a Ana até Marrocos.
Convidados e acompanhados por Chicho (educador em Punta Blanca), foram a Chefchaouen. A viagem até esta pequena maravilha apesar de longa foi bastante confortável e animada. No percurso até lá, fizeram uma pequena paragem num café tipicamente Marroquino que se encontrava à beira da estrada e aí puderam confrontar-se com uma realidade diferente, começando pela compreensão oral e passando pelos costumes tão simples como ir ao wc. Ali não se encontrava uma sanita nem tão pouco havia papel higiénico, via-se sim uma espécie de cerâmica com um orifício, um sítio para colocar os pés e uma torneira com um balde para as mulheres se lavarem/purificarem, pois na cultura muçulmana uma simples ida a casa-de-banho é considerado um acto impuro.
Seguiu-se o caminho, as paisagens são de uma beleza indiscritível, contemplámos montanhas verdejantes com animais a pastar, pessoas a vender as suas frutas ao longo da estrada, barragens com águas límpidas e casas muito típicas de Marrocos.




Finalmente chegaram à tão falada “cidade azul”, lá estava ela tão pequena e tão acolhedora. Começaram por visitar um castelo cheio de informações históricas onde ficaram a saber que o ano actual de Marrocos, devido à religião, não é 2012 mas sim 1433, ou seja num mesmo dia conseguiram estar em dois anos completamente distintos.




















Depois de um passeio pela cidade chegou a hora de ir almoçar, Chicho levo-os a um sítio fantástico, um restaurante cheio de cores, tipicamente Marroquino, chamado “Casa Aladin” e de facto parecia mesmo que estavam a entrar na verdadeira história do Aladin.


































De barriguinha cheia, passaram a tarde a descobrir cantos, recantos e encantos da cidade. Mipa e Ana quiseram entrar no espírito da cultura e decidiram fazer uma das tão típicas tatuagens na mão com a famosa “henna” que significam felicidade.



Para terminar o dia em beleza, no regresso a casa, fizeram uma paragem na cidade de Kabila onde puderam tomar um chá e desfrutar da paisagem de uma das muitas praias encantadores de Marrocos.



 E ir de Erasmus é isto, absorver tudo o que esta experiência nos pode dar.

Até para a semana J

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